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A BANDEIRA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, TE AMO MEU RIO GRANDE

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sábado, 29 de dezembro de 2012

FELIZ ANO NOVO E QUE 2013 SEJA UM ANO DE MUITA PAZ.

DESEJO AOS BRASILEIROS  E AO MUNDO INTEIRO UM FELIZ ANO NOVO COM   MUITO AMOR, PAZ  NO CORAÇÃO,  QUE  NOSSOS  GOVERNANTE  PENSEM  MAIS NO POVO,  E QUE A VIOLENCIA SEJA MAIS CONTIDA,  E QUE  OS HOMENS NÃO PENSEM SÓ EM GANANCIA GANHAR DINHEIRO, QUE OS POVOS  FIQUEM AMI UNIDOS,  E OS GRANDES LIDER TOMEM CONCIENCIA  QUE DEVEM PROTEGER ESSA NOSSA NATUREZA  QUE NOS DÁ TUDO DE GRAÇA E NÃO NOS COBRA NADA SÓ QUE PROTEÇÃO,  E O HOMEM SÓ  DESTROI,  NÃO PRESERVA NÃO CUIDA,  E DEPOIS FICAM REUNIDOS EM  MESAS GRANDES TOMANDO   E BRINDANDO E NADA FAZEM PARA PROTEGER, PORQUE ACHAM-SE  DONÔ DE TUDO, MAIS NÃO SÃO DONO DE NADA A UNICA COISA QUE TU LEVA E UM MONTE DE TERRA POR CIMA, PENSA NISSO SENHOR GOVERNO  AUTORIDADE  QUE PODE SALVAR ESSA NAUTERASA, E SALVAR AS PESSOAS DA FOME MISERIA, ASSIM ESPERO QUE O ANO  DE 2013 SEJA REPLETO DE HOMENS DE IDEIAS BOAS PARA AJUDAR MELHORAR O MUNDO DESJO MUITA LUZ  AOS HOMENS DE BOA VONTADE E MUITAS FELICIDADE JUNTO AOS SEUS FILHOS E AMIGO, FELIZ ANO NOVO  AO MUNDO E AO POVO DO MEU AMADO BRASIL, E A TODOS OS BLOGUEIROS  DO BRASIL E MUNDO, UM BAITA ABRAÇO DE DUAS  VOLTAS  E MEIA DESTE GAUCHO ALDO VARGAS

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A vida começa a vencer


A vida começa a vencer

por Alberto Kopittke
Os últimos meses não foram bons para a Segurança Pública no Brasil. Ao que tudo
indica, 2012 entrará para a história como o ano mais violento de todos os tempos. Possivelmente vamos passar a barreira das 55 mil pessoas assassinadas. Hoje não somos mais o país com a maior taxa de juros, nem com a maior desigualdade do mundo, mas somos o país com o maior número de vítimas de homicídio de todo o planeta.
E a realidade no Rio Grande do Sul não poderia ser diferente. Ao longo de 2012 vimos os homicídios crescerem de forma acelerada no nosso estado.
Porém, nos últimos três meses essa tendência tem se revertido. Ainda é cedo para dizer que entramos num período de redução da taxa de homicídios no estado, o que realmente só poderá ser verificado a médio prazo, se tivermos entre um e dois anos de redução mensal do número de homicídios.
Obviamente não é a primeira vez que os homicídios caem no estado. Embora nos últimos 35 anos tenhamos visto os assassinatos crescerem 135% no RS, a taxa oscila para cima e para baixo.
No entanto, quero aqui defender que existe uma grande novidade na diminuição do número de mortes por crime dos últimos três meses: pela primeira vez isso é fruto de uma política de redução de homicídios.
Explico: ao longo das últimas décadas, a cada período de aumento dos homicídios segue-se uma ação pontual por parte do aparato de Segurança, normalmente focada no aumento de ações de policiamento ostensivo, com o objetivo de aumentar a sensação de segurança e reprimir especialmente o tráfico de drogas. O resultado é um aumento do número de presos (que cresceram 300% nos últimos 35 anos) e a taxa de homicídios parou momentaneamente de aumentar. O problema é que esses presos não são presos por autoria de homicídios, mas por outros crimes, em especial o tráfico de drogas.
Portanto, de fato aumentamos a massa carcerária por crimes de menor potencial ofensivo. Os presos ingressam no nosso ineficaz sistema prisional e de lá saem ainda mais vinculados às organizações criminosas, não raras vezes com o compromisso de realizarem alguma execução ou marcados para dela serem vítimas em razão de dívidas contraídas dentro do Sistema prisional. O fato é que ao tentarmos enfraquecer o “monstro” da violência, na verdade o alimentávamos cada vez mais com ações meramente pontuais. Não por acaso o número de investigações de homicídios concluídas de forma exitosa caiu de 60% para não mais do que 15% e o número de presos condenados em decorrência desse crime vinha caindo a cada ano. O fato é que a impunidade relacionada ao mais grave dos crimes seguiu crescendo.
Nesse momento, está em curso pela pela primeira vez na história do RS uma efetiva política de redução de homicídios. Na minha opinião, como tenho defendido nos últimos meses, essa política não está relacionada à força-tarefa de 200 brigadianos que foi colocada nas ruas a partir de maio. Embora relevante para melhorar a sensação de segurança e apoiar principalmente a implantação dos Territórios de Paz, um mero aumento (e pequeno) de efetivo no policiamento ostensivo se enquadra mais no tipo das ações que descrevi acima.
A novidade se encontra numa mudança da forma de atuação da Polícia Civil. Desde junho a PC priorizou pela primeira vez a investigação de homicídios. Mês a mês o número de investigações de homicídios com autoria definida, provas bem colhidas e autor preso vem aumentando de forma muito importante. Conforme os dados apresentados enquanto em 2011 apenas 36% dos homicídios foram elucidados, em 2012 esse número chegou a 71% dos casos solucionados nas nove cidades em que a Polícia Civil atuou.
E o resultado não demorou a ser visto. Os homicídios começaram a cair, com a diferença que, desta vez, não em razão de um aumento da massa carceraria, mas sim do aumento das prisões em decorrência do crime de homicídio. Dessa forma estamos efetivamente tirando das ruas as pessoas que mais oferecem risco à sociedade. E quando se trata de uma investigação bem feita, não ocorre o fenômeno tão reclamado pelos policiais do “prende e solta”.
O fato é que pela primeira vez estamos começando a perceber que a política de Segurança deve ter como foco a redução da Violência e não uma mera repressão pontual, que muitas vezes alimenta o próprio fenômeno da violência, como temos visto desde os anos 70 no Brasil e no RS. Trata-se de uma mudança qualitativa e ética. Na verdade estamos começando a romper com a ideia, legada do período de exceção, de que nos encontramos em guerra, onde o número de baixas é natural (as expressões tão ouvidas de que não é possível “fazer omelete sem quebrar os ovos” e que “eles estão se matando entre eles”). A política de Segurança no Estado Democrático de Direito tem que ser eficiente para a redução da violência, onde nenhuma morte violenta pode ser aceita como fato “natural”.
A consolidação dessa nova compreensão dependerá da sua consolidação de forma permanente no aparato de Segurança, com a estruturação de equipes permanentes de investigação de homicídio (com não mais do que 30 homicídios ao ano por equipe) e o fortalecimento da Perícia voltada para a investigação desse crime. Importante perceber que essa nova estratégia é na verdade muito mais barata do que a anterior, afinal estamos falando de equipes multidisciplinares de investigação com 6 pessoas, entre policiais e peritos. Em Porto Alegre, onde temos 500 homicídios por ano, por exemplo, estamos tratando da necessidade de não mais do que 15 equipes permanentes de investigação de homicídios, num total aproximado de 90 servidores!
O sucesso desta nova estratégia dependerá da persistência nesse rumo, de forma firme e consistente ao longo de toda uma década. Afinal a sociedade não está mais interessada em ações espetaculares que nada resolvem, mas sim numa polícia cada vez mais inteligente, moderna e eficaz, efetivamente capaz de proteger o bem maior em todas as classes, em todas as raças e em todas as idades: a vida.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

BIOGRAFIA DO ILUSTRE SANTANENSE GENERAL FLORES DA CUNHA.


Biografia - General Flores da Cunha

José Antônio Flores da Cunha nasceu em Santana do Livramento em 5 de março de 1880, na região da campanha do Estado do Rio Grande do Sul, fronteira com a República Oriental do Uruguai.Terceiro de uma descendência de treze filhos do casal de estancieiros Miguel Luiz da Cunha – Evarista Flores da Cunha. De todos, José Antônio foi o que adquiriu maior notoriedade. O seu irmão mais velho, Francisco Flores da Cunha, farmacêutico e estancieiro, também se destacou, sendo Intendente Municipal de Quarai e Santana do Livramento, Deputado Estadual, Deputado Federal, Senador da República e chefe do Partido Republicano Rio-Grandense – PRR em sua terra natal. O mais novo dos Flores da Cunha, Guilherme, agrônomo, morreu no combate da Ponte do Ibiraipuitã, em Alegrete, durante a Revolução de 1923, marcando o seu nome na história rio-grandense.[1]
A estância Vista Alegre onde nasceu Flores da Cunha, hoje chamada São Miguel, estava situada no antigo 7º distrito, nos limites divisórios de Santana do Livramento com o município de Quarai. A estância fazia parte da antiga sesmaria da Boa Vista, que fora doada pelo Imperador ao seu bisavô, Coronel José Antônio Martins, em retribuição aos relevantes serviços prestados durante as lutas cisplatinas. Pelo lado paterno, Flores da Cunha descendia de Joaquim Luiz da Cunha, cujo primogênito, Miguel Luiz, desposou a filha do Coronel José Antônio Martins e de Rosa Violante de Vasconcelos, Úrsula Martins da Cunha, que foi dama do Paço Imperial e que herdou parte da sesmaria da Boa Vista. Dessa mesma ascendência provém o Coronel José Antônio Martins (cosseca Martins), chefe político liberal do Império em Santana do Livramento e também Rivadávia Corrêa, Ministro, Deputado, Senador da República, Prefeito do Distrito Federal e autor de notável Lei de Reforma do Ensino.[2]
Pelo lado materno, provinha de Francisco Flores de Oliveira, fazendeiro no Itaquatiá (2º Subdistrito e Município de Santana do Livramento), de descendência açoriana, o que explica seus cabelos loiros e olhos azuis de muitos membros da família Flores da Cunha. Os seus ancestrais eram naturais de Sorocaba, que vieram para o Sul e cujas origens remontavam a Paraguassu, filha de Tibiriçá, fundador de Santos e ligados à ilustre família daquele Estado, os Toledo Piazza.
Os Cunha, segundo Paulo Xavier, penetraram no Continente na metade do século 18 unindo-se a descendentes lagunistas, pioneiros na fixação de estância no litoral norte e na própria área do surgimento da Capital. Os Martins, igualmente vindos do Reino (procedentes de Celourico de Bastos, Guimarães), madrugaram para o encontro em Santana do Livramento, incorporando também linhagens daqueles açorianos que muito cedo deixaram suas “datas” de povoadores modestos para se transformarem em grandes fazendeiros nos campos da Depressão Central, ao longo dos caminhos abertos para a fronteira. Os Flores da Cunha lideravam a corrente quase puramente açoriana de povoadores que estanciaram nos arredores de Porto Alegre, antes de iniciarem sua marcha para os campos do pampa gaúcho. Mas entre seus aliados despontam duas correntes paulistas, nitidamente ligadas às tropeadas: as de Maciel Barbosa e Mendes de Almeida, representante das velhas famílias de sertanistas.
Os Corrêa, finalmente, como observa Paulo Xavier, expressam a corrente paulista de brasileiros de quatrocentos anos com feitos no sertanismo sul-americano. São também dos primeiros que, pelo planalto, desde São Paulo até as barrancas do Uruguai, foram plantando cidades em torno dos fogões que acenderam nos muitos pousos de suas sofridas tropeadas. Radicaram-se no sul (em Canguçu) de onde se deslocaram para o encontro marcado em Santana do Livramento. Soma dessa tradição, José Antônio Flores da Cunha cresceu em pleno pampa e não foi difícil transformar-se nessa figura carismática, a quem era impossível ficar indiferente. Erico Veríssimo disse que Flores da Cunha era um homem admirado pelos inimigos, mas nunca uma figura inexpressiva. [3]
Viveu sua primeira infância na estância (latifúndio de seu pai), montando em cavalo e participando das lides campeiras com os demais peões. Menino travesso, de temperamento difícil, que o levara muitas vezes a receber castigos do pai. Um dia chegou a apedrejar e ferir um irmão de criação, mas escapou impune graças à solidariedade dos irmãos, esconderem o fato do conhecimento do pai. Desde cedo, porém, começou a mostrar inteligência e gosto pela leitura, despertado pela mãe, dona Evarista, que o alfabetizou. Paralelamente foi aprendendo com ela o francês, aprimorado por uma professora uruguaia de Rivera, cidade separada de Santana de Livramento por uma avenida. Menino ainda, depois adolescente, passou a ler todos os livros franceses que a mãe lhe entregava e que o tornaram um grande conhecedor das obras de Alexandre Dumas, Balzac, Emile Zola e tantos outros, de poetas como Rimbaud e Verlaine, cujos poemas ele adorava declamar. [4] 

Como aluno, Flores da Cunha destacou-se na atividade política em entidades estudantis do que nas notas conquistadas em exames. Realizou os cursos primário e secundário no Colégio 15 de Novembro, de Santana do Livramento e aos 15 anos foi fazer os então chamados preparatórios em São Paulo, onde morava seu tio Perereca. Regressando ao Sul, ingressou na Escola de Engenharia, de Porto Alegre, mas insatisfeito com o currículo que não o agradava, desistiu, para insatisfação do pai, que o obrigou a voltar para a estância de Santana e lá trabalhar com os demais empregados. No livro Flores da Cunha de Corpo Inteiro (2007) o escritor e jornalista rio-grandense Lauro Schirmer, lembra: “A maneira encontrada por Flores da Cunha para protestar contra esse tratamento paterno foi ir diariamente para lavoura vestindo ceroulas, fraque, cartola e luvas e assim conduzir o arado puxado por uma parelha de bois. O protesto acabou fazendo com que Seu Miguel concordasse com a proposta do filho de voltar a São Paulo, para cursar Direito. Os primeiros quatro anos foram cumpridos na Paulicéia, o último, porém, foi concluído no Rio de Janeiro, em 1903, quando se formou bacharel em Direito”.[5] 
Durante sua adolescência transcorreu a Revolução Federalista de 1893, quando as forças maragatas invadiram o Rio Grande do Sul, ocasião que Santana do Livramento, sua terra natal, permaneceu envolvida no conflito. As lides campeiras e as arremetidas bélicas que conheceu ainda jovem e muitas das quais presenciou, como a retomada de Santana do Livramento pela legalidade, a 19 de junho de 1892, plasmaram o seu caráter, influenciando decisivamente na sua formação de legítimo homem da campanha, franco, leal, impulsivo e amável, violento e emotivo.
Falando à revista A Noite, do Rio de Janeiro, em 1953, Flores da Cunha assim se referiu a esse episódio:
Tinha eu nesse tempo doze anos de idade. Estava no colégio e tive de passar para a fronteiriça cidade Uruguaiana de Rivera, desde a antevéspera do ataque à cidade.
Em Rivera me abriguei na casa de um tio, cunhado de meu pai, Guilherme Dias, e pude assistir, no terreno que separa as duas cidades, desde a madrugada, ao combate crudelíssimo que se feriu. Ora eram as forças que vinham do lado do Itaquatiá, comandadas pelo meu tio-avô, Cosseca Martins, avô do General Mendonça Lima, e de quem tenho o nome de José Antônio, ora eram as forças republicanas que atacavam do lado oeste eram as forças republicanas que atacavam do lado oeste da cidade, comandadas pelo Coronel Ataliba José Gomes, Filho do Barão déb Itaquatiá, de cujas forças era vanguardeiro o Capitão João Francisco Pereira de Souza. O choque foi tremendo na linha divisória e o próprio chefe do governo pagou com a vida, lanceado no interior da cidade, Antônio José de Vargas, que tinha seu domicílio junto ao colégio onde eu era interno e, portanto, assiste a seu velório. Menino de doze anos, de origem castilhista e republicano, fui, no nevoeiro daquela madrugada, das primeiras pessoas a atravessarem a linha divisória de Rivera para Santana do Livramento. (REVISTA A NOITE apud CAGGIANO 1997, p.14).


Sua aparição como homem público se deu com a nomeação, em 1903, para titular da Delegacia de Polícia do bairro da Saúde, na capital da República, conhecido como foco de delinqüentes. O jovem advogado, logo nos primeiros tempos, garantiu para a população da zona a tão desejada – e nunca conseguida – ordem pública, o que lhe trouxera uma posição destacada. Após cerca de um ano, em virtude de um acidente com um estudante, renunciou ao cargo e radicou-se em Santana do Livramento. Segundo o mesmo autor: “Advogado bem-sucedido, Flores da Cunha começou atuando em Santana do livramento, Uruguaiana, Alegrete, São Borja e outras cidades da Fronteira Oeste do Rio Grande. Em Uruguaiana e Alegrete trabalhou com Osvaldo Aranha, seu companheiro inseparável desde a mocidade. Em São Borja chegou a dividir escritório com Getúlio Vargas. Como advogado ganhou muito dinheiro – praticamente todos os bens por ele adquiridos foram com os ganhos na advocacia – cobrando muito de quem podia e atendendo de graça clientes despossuídos”.
No tribunal do júri, só atuava na defesa, fossem quais fossem os crimes dos réus. Uma das poucas vezes em que se negou a defender um criminoso foi no caso do irmão de Getúlio Vargas, Viriato Vargas, que mandou matar friamente um conhecido farmacêutico em São Borja. Para desgosto de Getúlio, cujo irmão tinha se refugiado na Argentina, Flores da Cunha não aceitou o apelo para defender Viriato Vargas. (Provavelmente começou aí o rompimento que foi crescendo em Getúlio, com o passar dos anos, contra Flores da Cunha.) Filho de tradicional família republicana, Flores da Cunha adquiriu gosto pela política desde cedo, na casa dos pais, que eram chimangos exaltados. Não bastasse, os Flores seguiram tendo relações com o chefe maragato Joaquim Francisco de Assis Brasil, que era casado com uma irmã de Julio de Castilhos, mas deixara o Partido Republicano. Querendo, continuar o relacionamento amigável com Flores da Cunha, foi visitar Miguel e Evarista Flores da Cunha na Estância São Miguel, para manifestar-lhes esse propósito. Pois, dona Evarista não teve dúvidas nem meias palavras, foi logo dizendo a Assis Brasil que este não mais lhe merecia consideração, depois de ter abandonado o partido de seu ex-cunhado Julio de Castilhos. Depois de muitos anos é que Assis Brasil e os Flores da Cunha voltaram a conviver, juntos na Frente Única de 1930.[6] 
Em 1909, Flores da Cunha foi eleito Deputado Estadual pelo 4º Distrito Eleitoral, para a legislatura de 1902-1912. Em fins de 1910, quando cumpria o seu primeiro mandato parlamentar, afastou-se da Assembléia Legislativa para exercer o cargo de Delegado Auxiliar no Rio de Janeiro, a convite de seu primo, Dr. Rivadávia da Cunha Corrêa, também santanense, e então Ministro da Justiça no governo de Hermes da Fonseca. Para as eleições que se realizaram em 1912, Pinheiro Machado, que dele se tornara amigo, desejava vê-lo na chapa dos candidatos à Câmara Federal pelo Rio Grande do Sul. Mas existindo grandes divergências entre as famílias Flores da Cunha e Pereira de Souza, optou por incluí-lo entre os candidatos pelo estado do Ceará. Em 1910 as duas famílias envolveram-se no chamado “conflito do Clube Pinheiro Machado”, em Santana do Livramento, no qual foram mortos Pedro Nepomuceno Pereira e Bernardino Pereira, irmão do coronel João Francisco Pereira de Souza. Um incidente que teve início a partir de uma conferência da escritora espanhola Belen de Sárraga, dividiu católicos e livre-pensadores, ocasionando a tragédia, da qual os Flores da Cunha chegaram a ser responsabilizados.
Flores da Cunha, inicialmente, recusou essa solução encontrada por Pinheiro Machado para não criar áreas de atrito no Partido Republicano Rio-Grandense, onde as duas famílias ocupavam papel destacado. Mas, por disciplina política, acabou cedendo e concorrendo por um Estado que nem conhecia (Ceará). Concluído seu primeiro mandato parlamentar na Câmara, retornou ao Rio Grande do Sul, ocasião em que foi convidado pelo Presidente Borges de Medeiros para o cargo de Intendente Provisório de Uruguaiana. Existia, nessa época, naquele município, uma profunda cisão nas fileiras republicanas. O PRR estava dividido entre as facções lideradas pelo dr. Sérgio Ulrich de Oliveira e Antônio Monteiro, respectivamente. Flores da Cunha revelou-se, nesse momento, um grande e hábil mediador, conseguindo resolver, satisfatoriamente, aquele impasse político. Além disso, fez uma excelente administração. Durante sua gestão à frente dos destinos de Uruguaiana foi eleito, em 1917, Deputado Federal, assumindo assim o primeiro mandato como representante de seu Estado natal.[7]
Em 1919, um expressivo grupo de amigos e correligionários promoveram sua candidatura à Intendência Municipal de Uruguaiana, convite ao qual não poderia recusar-se. Assim sendo, em 1920, renunciou à sua cadeira na Câmara Federal e foi enfrentar uma eleição em nível municipal, indo contra a vontade de Borges de Medeiros, Presidente do Estado e chefe do Partido Republicano. Venceu o pleito com uma votação esmagadora e assumiu a intendência de Uruguaiana a 27 de outubro do mesmo ano, para o quadriênio de 1920-1924.
Anos depois, Flores da Cunha disse:

Na ocasião tive de trocar minha cadeira de Deputado – o que quer dizer três ou quatro anos de mandato – por uma Prefeitura falida, onde fui encontrar os policiais com calçado amarelo num pé e sapato preto no outro, uma Prefeitura para a qual não se fiava um carretel de linha. (Depoimento para a Revista do Congresso, de 05.10.1948).

Desprendido dos bens matérias na vida privada, revelou-se, na administração pública, preocupação pelo equilíbrio dos orçamentos, pela exata aplicação das rendas públicas, pela contenção das despesas em obras supérfluas e adiáveis. Nisso seguiu a risca o exemplo da política orçamentária de Borges de Medeiros. A sua segunda gestão à frente dos destinos de Uruguaiana, apesar de prejudicada pela Revolução de 1923, foi marcada por uma série de realizações que lhe valeram o reconhecimento até dos próprios adversários, traduzido pelo título de “Cidadão Honorário” de Uruguaiana, outorgado pela comunidade. Em 1922, quando todos pensavam que haveria uma modificação no quadro político do Rio Grande do Sul, com o aparecimento de um novo candidato ao Partido Republicano, para enfrentar o oposicionista dr. Joaquim Francisco de Assis Brasil, Borges de Medeiros, que vinha de sucessivas reeleições, apresentou-se novamente. Fato que desgostou até seus próprios correligionários. O resultado das urnas deixou claras dúvidas, mas, mesmo assim, o candidato situacionista foi proclamado vencedor.
De acordo ao que foi relatado pelo autor estadunidense Carlos Cortez:

“Hoje, muitos ex-republicanos ‘admitem’ que, na verdade, Borges havia, de fato perdido a eleição. Segundo versão popular, a comissão de Vargas teria ido dar ciência ao governador da desastrada derrota, mas antes que pudessem falar, Borges teria iniciado um agradecimento efusivo por terem ido pessoalmente parabenizá-lo por sua vitória.”[8] 

Alegando que a eleição fora fraudulenta, a oposição decidiu tentar corrigir os resultados pela força. No dia da posse de Borges de Medeiros, em Janeiro 1923, uma rebelião eclodiu em todo o estado. Federalistas vingativos, democratas idealistas e libertários civis uniram-se com uma meta em comum: pôr fim ao longo reinado de Borges de Medeiros e destruir a constituição de Julio de Castilhos.[9]  No entanto, alastrou-se o movimento rebelde que, em março de 1923, todo o Estado se encontrava convulsionado. Com a polícia municipal de Uruguaiana entre outros elementos, o Intendente Municipal Flores da Cunha criou a unidade de combate, à qual deu o nome sonoro de Fronteiriço da República. Com essa força repeliu o ataque levado àquela cidade pelos numerosos contingentes comandados pelo caudilho Honório Lemes.
Nessa oportunidade, Flores da Cunha ajudado pelos civis republicanos Álvaro da Costa e Silva, Flodoardo M. da Silva, Osvaldo Aranha e Laurindo Ramos. “No início da revolução, comandou a vanguarda da Brigada do Oeste, do Coronel Claudino Nunes Pereira, constituída dos Fronteiros da República, do 5º Corpo Provisório de Osvaldo Aranha e de um contingente do Coronel Nepomuceno Saraiva, filho do grande caudilho oriental Aparício Saraiva que faleceu em Santana do Livramento depois da batalha de Massoller, em 1904”. Com o afastamento do Coronel Claudino, após o combate de Santa Maria Chico (Dom Pedrito), travado a 15 de maio, Flores da Cunha assumiu o comando da Brigada do Oeste.
Pouco meses depois do “Pacto de Pedras Altas”, em virtude da Revolução de 1924, em São Paulo, o Estado voltou a ser palco do levante do 5º Regimento da Cavalaria, sediado em Uruguaiana. Já então, a serviço do governo federal e fazendo a vanguarda do destacamento do General Firmino de Paula, integrado pelo Exército, Brigada Militar e Forças Auxiliares, Flores da Cunha surpreendeu Honório Lemes, em Guaçu-boi, ocorrendo sua derrota. Esse feito contribuiu para que lhe fosse conferida, pelo Presidente da República, Artur Bernardes (1922-1926), a patente de General-de-Brigada do Exército Brasileiro. Em 29 de setembro de 1925, Honório Lemes, que se encontrava emigrado na República Oriental do Uruguai, invadiu novamente o Rio Grande do Sul, pela fronteira de Santana do Livramento. Em 8 de outubro, após cercar o chefe revolucionário entre o rio Ibicuí da Conceição, que estava cheio em virtude das fortes chuvas, e o Banhado das Marrecas, Flores da Cunha prendeu- o.
Não houve combate. Sem alternativa, o caudilho levantou uma bandeira branca. Após receber a promessa de que teria garantida sua vida e a de seus homens, entregou-se. Flores da Cunha contou mais tarde: “A prisão dele foi um momento brutal, estava esperando faca e eu abracei-o. Ele arrancou do resolver e me entregou. Eu disse: Guarde o seu resolver”. Conta-se a propósito que, no ato da prisão de Honório, este perguntou a Flores da Cunha: “Como prefere que eu o trate, de doutor ou general?” Flores da Cunha respondeu, para não humilhá-lo ainda mais: “Sou bacharel em Direito. Podes me tratar apenas de doutor.” O prisioneiro então retrucou: “É mesmo, porque general até um índio rude como eu pode ser”. Magnânimo e generoso com o adversário vencido, nunca permitiu represálias, nem mesmo, quando perdeu o irmão no combate da ponte do rio Ibiraipuitã. Aliás, ele sempre reivindicou para si a glória de ter banido as degolas de nossas lutas fratricidas.[10]
Em 28 de novembro de 1930, imediatamente após a revolução, Getúlio Vargas designou José Antônio Flores da Cunha como interventor do Rio Grande do Sul, preterindo a João Neves da Fontoura (1887-1963), vice-presidente no estado. Flores da Cunha governaria o Rio grande do Sul, primeiro como interventor, até abril de 1935 e, a seguir, como governador eleito indiretamente pela Assembléia Constituinte rio-grandense, até 17 de outubro de 1937, quando renunciou e se exilou no Uruguai, em razão de sua fracassada oposição a Getúlio Vargas e ao golpe do Estado Novo, em defesa da autonomia política e econômica rio-grandense. [11]  Terminada a Revolução de 30, o quadro econômico e financeiro do estado era desesperador. A dívida externa do Rio Grande do Sul, ao findar 1930, era de US$ 33 milhões, mas o RS conseguiria, com Flores da Cunha, tornar-se o único Estado que, por seus próprios meios, resgatou os bônus emitidos na revolução. Neste sentido, a autora Maria Helena de Castro afirma: “na articulação revolucionária de 1930 o Estado, além de ter servido de base territorial de onde partiram os revolucionários, forneceu os recursos políticos, financeiros e militares que viabilizaram a conspiração armada”.(apud CASTRO,1980, pp.43-44).
Dez dias depois da posse, Flores da Cunha recebeu relatório sobre a grave situação do Banco Pelotense: estava às portas da falência, sem receber ajuda do Banco do Brasil. A encampação do Pelotense pelo hoje Banrisul foi a única saída para estancar a crise que começava a ameaçar também outros bancos, como o da província e o Nacional do Comércio. E com o lançamento bem-sucedido de bônus do tesouro se iniciava a recuperação das finanças do Estado. Em agosto de 1931, Flores da Cunha criou a bolsa de fundos Públicos (Bolsa de Valores) e em outubro começou a operar a loteria Estadual, nova fonte de recursos para o Tesouro. No início de 1936, o governador gaúcho pôde comemorar a aquisição de US$ 13 milhões em títulos da dívida externa, desafogando as finanças estaduais.[12]
Como interventor e, a seguir, como governador do Rio Grande do Sul, Flores da Cunha desenvolveu um ambicioso plano de planejamento estrutural da economia rio-grandense, apoiando a ampliação e circulação das relações mercantil-capitalistas e a modernização da produção pastoril charqueadora. Para tal criou, o Instituto Sul-Rio-Grandense de Carnes (1934), um Entreposto Frigorífico (1935), um Matadouro Modelo (1936), um Entreposto de Leite (1935), o Instituto da Banha (1936), o Instituto Sul-Rio-Grandense do Arroz (1937). Promoveu, igualmente, os Institutos do Vinho, Mate, Pinho, etc. Também em 1936 organizou a Secretaria da Agricultura, com a responsabilidade sobre o setor agrícola e pecuário regional.
Em 1935, Flores da Cunha criou a Secretaria de Agricultura, Indústria e Comércio. Seguindo a tradicional obra castilhista-borgista, apoiou o comércio e a indústria e diminuiu os impostos de exportação. Superando a visão econômica de Borges de Medeiros, não teve medo de emitir papel-moeda e endividar o Estado para apoiar iniciativas produtivas de grande fôlego. Negociou seu apoio a Getúlio Vargas quando da crise de 1932, para obter recursos para o Rio Grande do Sul. Em 1930, Flores da Cunha abriu o porto da capital à navegação interoceânica e desenvolveu a rede ferroviária e rodoviária, que ganhou as primeiras coberturas de macadame e cimento. Em 1936, o 4º Congresso Nacional de Estradas de Rodagens caracterizou o sistema rodoviário sulino como um dos mais precários do Brasil, com pouco mais de 400 Km de estradas em funcionamento durante todo o ano. Até então, o Estado Regional investira quase exclusivamente nos meios ferroviários de transportes. Em 1937, Flores da Cunha sancionou lei criando o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), hoje sucateado pelo pseudo governo de Yeda Crusius. [13] 
Em 1938, após a renuncia de Flores da Cunha, seria aprovado ambicioso Plano Rodoviário Estadual, com meta inicial de 4.500 km de estradas. De 1938 a 1943, o plano absorveu 22% das receitas tributárias sulinas, conquistando para o Rio Grande do Sul o segundo lugar no sistema rodoviário nacional. No mínimo, de 1932 a 1934, Flores da Cunha concedeu subvenções para Varig. Para mitigar o alto valor mercante rio-grandense, dissolvida por Getúlio Vargas após 1937, que incorporou seus navios ao Lloyd Brasileiro. Flores da Cunha ampliou a rede de escolas públicas, com destaque para as regiões coloniais alemã, italiana e polonesa. Em 1934, criou a Universidade de Porto Alegre, formada pelas faculdades de Medicina e Direito, as Escolas de Engenharia, Agronomia e o Instituto de Belas Artes, tornaria mais tarde na UFRGS.
Em 1935, a Faculdade de Educação e Saúde Pública teve como primeiro titular o historiador Othelo Rosa, ligado ao PRR. Em 8 de agosto de 1931, instituiu o Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul (Ipergs) e reduziu o tempo de trabalho do funcionário público necessário à aposentadoria de trinta e cinco para trinta anos. Em 1935, criou a Secretaria de Educação e Saúde pública e, no ano seguinte, transformou a Direção Geral de Estatística no Departamento Estadual de Estatística. Em 1935, durante o seu governo, realizou-se a grande exposição comemorativa do primeiro centenário da Guerra Farroupilha. A ruptura de Getúlio Vargas com Flores da Cunha teria ocorrido durante a viagem do presidente ao Rio Grande do Sul para participar dessa celebração.
Flores da Cunha, como se pode constatar atuou em todos os setores da administração, com uma larga visão do futuro, atacando os pontos básicos, como educação, saúde, transporte e agropecuária. Batista Luzardo, João Neves, Lindolfo Collor e Assis Brasil romperam com o governo, abandonando os cargos. Flores da Cunha era simpático ao movimento – não há como negar – embora tradicionalmente tivesse lutado a favor dos governos constituídos e da ordem pública, com a única exceção, para confirmar a regra, da Revolução de 1930. Os revolucionários chegaram a reunir-se com ele no próprio Palácio do Governo, porém Flores da Cunha impusera que deveria ser comunicado em tempo hábil de deixar o cargo, a fim de não trair aquele que o nomeara Interventor.
Emissários enviados a São Paulo cruzaram o território rio-grandense em todos os sentidos e direções. Tenta-se explicar 1932 como um movimento contestatório e contra-revolucionário. Uma tentativa de revanche dos derrotados e desalojados do governo de 1930, contra os vitoriosos. Uma reação dos paulistas por terem sido destronados do poder, após tantos anos em que, na Velha República, se revezaram na presidência com os mineiros. E por último, a escolha de um paulista – Júlio Prestes – para suceder ao paulista de Macaé, Washington Luiz. Os seus antigos companheiros, líderes da Frente Única Riograndense, desejavam que ele comandasse o movimento revolucionário no Estado, em apoio a São Paulo. Mas Flores da Cunha negou-se a fazê-lo e terminou por colocar-se ao lado de Getúlio Vargas.
Explicando essa atitude, Flores da Cunha, anos mais tarde disse: “A rebelião paulista não encontra fundamento histórico, social ou político que justifique meu apoio. Fora das ambições e dos egoísmos, dos desgostos e dos ódios, por muito recalcados e que a deflagraram, nada mais aparece como fonte de inspiração para o doloroso e sangrento desvario. O nome de São Paulo, na defesa de interesses que constituísse um golpe, de força, o governo que bem entendera; e, formado esse, fui também dos primeiros a tudo envidar para que permanecesse integral, vitorioso e acatado pelo poder federal.” A revolução não refletia, assim, interesse do Estado, aspirações do seu povo, imperativo da sua economia. Não passava de hábil e inteligente manobra de politicagem inescrupulosa, exaltando sentimentos respeitáveis das populações e tomadas de surpresa na vertigem de intrigas com que, tumultuariamente, as envolveram.
Em virtude dessa atitude, exigiu ele o julgamento de sua pessoa, o que foi feito por um tribunal de Honra, integrado pelo Arcebispo de Porto Alegre, D. João Becker; pelo Presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Desembargador Manoel André da Rocha; pelo Jurista José Luiz de Almeida Martins Costa e pelo Professor da Faculdade de Medicina, Heitor Annes Dias, que o absolveu. Não pode deixar de considerar que o fato de não apoiar o Movimento Constitucionalista de 1932 foi um erro de perspectiva histórica que chegou a comprometer seu futuro político. Tivesse dele participado, provavelmente, chegaria à presidência da República, pois seria o líder de maior prestígio, com um Estado poderoso como o Rio Grande, unificado, sua retaguarda.
Com o rompimento criado com o seu correligionário dr. Borges de Medeiros e com o seu partido. Flores da Cunha ficou sem uma agremiação política que lhe desse sustentação no governo. Entendeu, portanto, que era necessário reconstruir o quadro político e inclusive pacificar seus inimigos. Para isso criou o Partido Republicano Liberal, de linha progressista. Nele se abrigaram a maioria do Partido Republicano Rio-Grandense, assim como muitos chefes revolucionários de 1923 e federalistas, que não haviam participado da Aliança Libertadora de Assis Brasil, inconformados com a extinção de seu velho e tradicional partido, das lutas de 1893.
O Partido Republicano Liberal retomava velhas propostas republicanas, associadas a alguns pontos programáticos dos libertadores – abolição dos impostos de exportação e de transmissão de propriedade intervivos; redução gradual dos impostos sobre a produção agrícola, pecuária, mineira e maquinofatureira e sua substituição por impostos diretos e progressivos sobre a renda, heranças, legados, doações e terras praticamente não produtivas. Seu projeto era, porém, claramente autonomista e industrialista. Pela primeira vez, o PRL propunha avançada pauta social que refletia a nova realidade do Rio Grande do Sul e do Brasil. Defendia seguros “sociais contra a invalidez, acidentes no trabalho, moléstia, velhice, desocupação ocasional e não procurada e morte” e regime de “oito horas, no máximo, para trabalho maquinofatureiro, comercial, agrícola e mineiro, sua gradual redução à medida da eficiência maior dos processos de produção; restrição dos trabalhos noturnos; limitação dos turnos para mulheres grávidas e para as lactantes [...] proibição de trabalho maquinofatureiro e mineiro aos menores de 14 anos”.[14] 
A defesa da forma “republicana federativa” e da autonomia “dos Estados” era proposta que muito logo se chocaria com o movimento centralizador exigido pelos setores industriais hegemônicos do Rio de Janeiro e de São Paulo, posto em marcha pela Revolução de 1930 sob a direção de Getúlio Vargas. Em maio de 1933, realizaram-se eleições para a Constituinte Nacional. O novo Partido Republicano Liberal, de Flores da Cunha, com mais de 130 mil votos, elegeu treze deputados e a Frente Única, agora na oposição, obteve pouco menos de quarenta mil votos, alcançando votações expressivas apenas na Campanha. A eleição registrava que a quase totalidade do ex-PRR seguira Flores da Cunha e Getúlio Vargas, deixando o velho e superado líder Borges de Medeiros literalmente a “ver navios”. Em 12 de novembro de 1934, o PRL elegeu 21 e a Frente Única, 11 dos 32 deputados da Constituinte sulina, instalada em 12 de abril de 1935. Votaram no pleito mais de 230 mil rio-grandenses.
Registrando a nova complexidade social do Brasil e do Rio Grande, nas eleições para Constituinte rio-grandense, apresentaram-se outras listas além do PRL e da FU, como a Ação Integralista Brasileira, de corte fascista, e a Liga Eleitoral Proletária: Trabalhador, Ocupa o teu Posto, de orientação comunista. Os integralistas obtiveram votos sobretudo em Novo Hamburgo, Cachoeira, Erechim, Caxias e Montenegro, regiões tradicionais da imigração colonial-camponesa alemã e italiana,onde dominava a pequena propriedade rural, e a Liga Eleitoral, em Rio Grande, Santa Maria, Pelotas e Porto Alegre, importantes concentrações operárias.
A partir de 1935, começava o distanciamento entre Flores da Cunha e Getúlio Vargas, em agosto desse ano, Getúlio Vargas veio ao Rio Grande do Sul, por motivos familiares, e esteve em reunião com Flores da Cunha. Nessa oportunidade, fez veladas insinuações contra o Congresso e a Constituição de 1934. Entretanto, no mês seguinte, por ocasião dos festejos do Centenário da Guerra Farroupilha, novamente no sul, Getúlio Vargas foi mais explícito e teria chegado a propor a dispensa do pleito eleitoral que se aproximava. Ante o posicionamento do Governador, Getúlio Vargas logo percebera que dificilmente poderia contar com o apoio do Estado para impor suas idéias de continuísmo. [15] 
Em 1936, através de Benjamim Vargas, foi tentando articulado um impeachment no Governador, que não obteve êxito. Diante disso, a campanha contra Flores da Cunha reacendeu, com a criação de grandes e insuperáveis dificuldades para seu governo. Este, que desde o início percebera as intenções do Presidente da República, começara a preparar-se, para a resistência, importando, clandestinamente, armamento da Tchecoslováquia, famosa pela sua indústria bélica. Eram tanques e metralhadora antiaéreas, material que nem o próprio Exército Nacional possuía na época. Começou a organizar os batalhões ferroviários, solidamente armados, distribuídos em diversos pontos do Estado, dirigidos por veteranos dos antigos corpos de “provisórios”, das campanhas de 1923, 1924, 1925, 1926 e 1930.
A quantidade e a qualidade do material bélico que Flores da Cunha possuía, capaz de armar e municiar no mínimo três divisões de infantaria, fez com que o Exército se convencesse ou “fosse convencido” de que a própria segurança nacional estava ameaçada. A partir disso, foi adotada uma nova tática para afastar o Governador Flores da Cunha, que tomara atitude firme contra o golpe. Para levá-la a efeito, Getúlio Vargas usou a pressão e, concentrou grandes contingentes militares na fronteira com Santa Catarina. Depois substituiu o comandante da 3a Região Militar, nomeando para essas funções o General Daltro Filho.Finalmente, sob o pretexto do perigo comunista, requisitou a Brigada Militar do Estado. Com essas medidas que se constituíram em verdadeiro cerco, Flores da Cunha ficou privado de qualquer possibilidade de reação.
Decidiu renunciar ao cargo de Governador, o que fez a 17 de outubro de 1937, viajando para Santana do Livramento, onde atravessou a linha da fronteira com a cidade uruguaia de Rivera. Enquanto no Rio Grande do Sul o interventor general Daltro Filho ordenava a prisão de familiares e seguidores de Flores da Cunha, o governador deposto iniciava um longo período de exílio no Uruguai. José Antônio Flores da Cunha foi destituído dos títulos de General e submetido a um tribunal de Segurança Nacional, que o condenou a um ano de prisão. Além disso, seu governo foi alvo de uma verdadeira devassa. No exílio, de 1937 a 1942, não cessou de conspirar com seus amigos do Rio Grande do Sul e do Brasil, correspondendo-se e articulando-se com eles, através de emissários, que iam e vinham de Montevidéu, via Santana do Livramento. Manteve-se contato direto com lideres militares de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Neste mesmo sentido, o autor rio-grandense Ivo Caggiani afirma que: “Os parentes e amigos o auxiliaram financeiramente e mediante avais, enquanto permaneceu no exílio. Mesmo assim viu-se obrigado a vender alguns bens que possuía e que adquirira com o produto de sua atividade profissional, na sua fase áurea como advogado na fronteira do Estado”. Quando eclodiu a Segunda Guerra Mundial, Flores da Cunha dirigiu um manifesto aos amigos e correligionários do Rio Grande do Sul. Nesse manifesto, o general exilado escreveu: “Deflagrada a guerra, não vejo como poderá o Brasil permanecer neutro”. Logo após, o Brasil declarou guerra ao Eixo Berlim-Roma-Tóquio, se aliando aos Estados Unidos, muito graças à ação de Osvaldo Aranha, secundado por Getúlio Vargas, dobrando a resistência dos generais Dutra e Góes Monteiro, favoráveis à Alemanha. No manifesto acima citado, Flores da Cunha já deixava bem claro seu sentimento em retornar ao Brasil o mais breve possível.
Segundo Lauro Shirmer : “Em 1942 ocorreu à volta de Flores da Cunha ao Brasil, disposto a retomar a vida no país, ainda que sabendo que a prisão o esperava. Quando desembarcou no Rio de Janeiro, ao ser reconhecido foi imediatamente detido pelos policiais na alfândega. Não teve tempo nem oportunidade de tentar qualquer contato com Oswaldo Aranha ou outros amigos, sendo levado para o presídio de Dois Rios, na Ilha Grande, no litoral fluminense”.
Na série de processos a que respondeu, após ter renunciado ao governo do Rio Grande do Sul e se exilado no Uruguai, Flores da Cunha acabou sendo condenado a um ano de prisão, acusado de ter comprado armamentos para a Brigada Militar a fim de enfrentar o Exército num possível conflito do Estado contra o governo federal. Exilado em Montevidéu, recusou-se a indicar defensor nesse processo, perante a Justiça, que acabaram se desfazendo, um após outro, por falta de fundamento jurídico ou de dados probatórios. Flores da Cunha reiterou, ao advogado e seu amigo Poty Medeiros, que “confiava na Justiça e aguardaria o seu veredicto, de espírito sereno, sem nada dizer ou alegar”. Poty, no entanto, na execução de precatória expedida pelo Tribunal de Segurança, foi designado para defendê-lo.[16]
Na prisão de Ilha Grande, Flores da Cunha entregou-se a duas tarefas. Relembrando as lides de campo em que também cuidara de lavouras, passou a plantar legumes e hortaliças que, pouco depois, para satisfação dos demais presos, eram servidos nas refeições do presídio. Outro passa tempo seu era escrever suas memórias da Revolução de 1923. O livro A Campanha de 1923 abre com Flores da Cunha dizendo “resolvi narrar, despretensiosamente e fielmente minha intervenção pessoal naquela luta fratricida e lastimosa”. Desde o início da revolução, aos combates que se sucederam, até a pacificação pelo Pacto de Pedras Altas, Flores da Cunha foi o comandante decisivo naquela guerra entre chimangos e maragatos, em mais de 200 páginas deixou um completo depoimento sobre esse episódio marcante da história do Rio Grande do Sul.
Depois de cumprir nove meses de prisão, em maio de 1943, foi indultado pelo Presidente Getúlio Vargas, fato que o desagradou muito, pois faltavam apenas noventa dias para o integral cumprimento da pena. Terminada a 2a Guerra Mundial, com a rendição incondicional das Potências do Eixo, e o retorno da gloriosa Força Expedicionária Brasileira-FAB, não era mais possível manter a situação interna do país, em notória contradição com os países democráticos vitoriosos na conflagração universal. Em virtude dos movimentos de contestação ao regime ditatorial de Getúlio Vargas, em 29 de outubro de 1945, com a sua queda e a entrega do Governo da União e dos Estados ao Presidente do Supremo Tribunal Federal e aos Presidentes dos Tribunais de Justiça. Voltando ao Brasil à normalidade democrática, realizaram-se as eleições na data marcada, isto é, a 2 de dezembro de 1945, sendo eleito para a suprema magistratura da nação o Marechal Eurico Gaspar Dutra. José Antônio Flores da Cunha, filiado à União Democrática Nacional – UDN – partido que ajudou a fundar, apoiou a candidatura do Brigadeiro Eduardo Gomes, um dos últimos sobreviventes dos “Dezoito do Forte de Copacabana”.
Participou destacadamente da campanha eleitoral elegendo-se Deputado da Assembléia Constituinte, para o período de 1946-1950. Reeleito, com expressiva votação em outubro de 1950, continuou a desenvolver atividades parlamentar movimentada. Em 1954, sempre pela legenda da União Democrática Nacional, conquistou a sua terceira reeleição sucessiva. Com o suicídio de Getúlio Vargas, em agosto de 1954, o vice-presidente Café Filho assumiu o Governo. Para substituí-lo em outubro de 1955, foi eleito Presidente da República o mineiro Juscelino Kubitschek de Oliveira, e a vice o gaúcho João Goulart. Entretanto, a partir daí, teve início uma campanha contra a posse dos eleitos, da qual o jornalista Carlos Lacerda era um dos líderes. Um mês após as eleições, Café Filho, por motivos de saúde, afastou-se do governo. Como seu substituto legal, assumiu o Deputado Carlos Luz, Presidente da Câmara dos Deputados, que passou a ser presidida pelo Vice-Presidente, o Deputado José Antônio Flores da Cunha.
Em 11 de novembro de 1955, ante a iminência de um golpe, a Câmara votou o impedimento de Carlos Luz, assumindo em seu lugar de acordo com a Constituição, o Presidente do Senado, Nereu Ramos. Dez dias depois a situação tornou a agravar-se. Café Filho pretendeu reassumir a Presidência da República, numa nova manobra que tinha como finalidade impedir a posse de Juscelino Kubitschek. A câmara dos Deputados, conduzida pela mão firme de Flores da Cunha, votou o impedimento de Café Filho. A legalidade e a democracia ganhavam, assim, uma grande batalha. Finalmente, abandonado pelo partido, sem contar com a solidariedade dos parentes e companheiros, que sempre o haviam acompanhado, tanto no governo, como no ostracismo e no exílio, aceitou a candidatura a deputado federal que lhe foi oferecida pelo Partido Trabalhista Brasileiro. Este, porém, não se elegeu, em 1958, ficando na quarta suplência. Pouco depois, com o licenciamento de alguns titulares e suplentes, assumiu sua cadeira para cumprir o último mandato, que não chegou a concluir.[17]
Uma das últimas homenagens que ainda recebeu em vida foi a outorga da comenda de Grande Oficial do Mérito Militar, no QG do III Exército em Porto Alegre. O mesmo quartel que ele tomou comandando o ataque que deu início à Revolução de 1930 tornou-se cenário, em maio de 1959, de uma cerimônia comovente. O general Flores da Cunha faleceu ao fim da tarde do dia 4 de novembro de 1959, no Hospital Beneficência Portuguesa, em Porto Alegre, vitimado por insuficiência renal. Sua irmã Sinhá e dona Irene o acompanhavam. Irene não podia vê-lo: vítima de glaucoma, ela estava havia muitos anos cega.
Tão logo foi espraiada a notícia, o governador Leonel Brizola ofereceu o salão nobre do Palácio Piratini para que ali, onde durante sete anos Flores da Cunha construiu um novo projeto para o Rio Grande do Sul, fosse velado seu corpo. Junto com a decretação de luto oficial por três dias, Brizola assinou ato restabelecendo ao Instituto de Educação o nome de Flores da Cunha, tirado pela mesquinhez de Getúlio Vargas ao implantar a ditadura do Estado Novo, em 1937. Com uma guarda de honra de cadetes da Brigada Militar, em uniforme de gala, o corpo coberto por um poncho e seu lenço branco, e as bandeiras do Rio Grande e do Brasil sobre o esquife, começou naquela noite uma impressionante visitação que se estendeu até a manhã do dia 5. O vice-presidente da República, João Goulart, e o governador Brizola passaram a noite junto ao caixão, numa homenagem compartilhada por todos os gaúchos.
Um piquete de cavalarianos acompanhou o cortejo fúnebre até o aeroporto salgado Filho, onde começaram as despedidas com o discurso de Itiberê de Moura em nome do Instituto dos Advogados. Um avião especial da Varig, levando também Rubem Berta, presidente da empresa aérea que Flores da Cunha ajudara a salvar em 1932, transportou o ataúde a Santana do Livramento. Do salão nobre da prefeitura, com os sinos da Matriz da cidade dobrando lenta e demoradamente, o carro fúnebre, acompanhado por milhares de santanenses e uruguaios de Rivera, seguiu até o cemitério municipal, onde teve lugar o sepultamento no jazigo da família. Ficou a cargo de Francisco Brochado da Rocha, que no 3 de outubro de 1930 foi ferido acompanhando Flores da Cunha no ataque ao QG do Exército (e depois seria primeiro-ministro no governo parlamentarista de Jango Goulart), falar em nome do governo do Estado e da presidência da República.
Flores da Cunha morreu como queria. Pouco tempo antes, em seu último discurso na Câmara Federal, sentindo que lhe fraquejavam as forças e sua vida estava chegando ao fim, anunciou: “Quero morrer no Rio Grande do Sul, beijando as coxilhas”. A morte de Flores da Cunha não constituiu apenas a sua consagração nos pagos do caudilho. Do Brasil inteiro ecoaram manifestações engrandecendo sua memória. O presidente da República, Juscelino Kubitschek de Oliveira, iniciou pronunciamento dizendo: “Perde o Brasil uma das suas maiores expressões políticas, e o Rio Grande do Sul um de seus filhos mais eminentes. A memória do grande brasileiro, pelos relevantes serviços prestados à nação, seja no parlamento, seja no exercício de cargos executivos, há de permanecer bem viva na consciência de todos”. Entretanto, o seu nome – que Getúlio Vargas tentou apagar da nossa história – havia sido recolocado no Instituto de Educação, por ele construído, e passou a aparecer no Palácio do Tribunal de Contas, por ele criado, uma entre tantas instituições com que ele estabeleceu a estrutura administrativa do Estado.
Seu nome está presente em logradouros de cidades de todo o Rio Grande do Sul, mas há uma falta imperdoável a exigir reparação. Neste mesmo sentindo Lauro Schirmer volta a questionar: “Não é admissível que no Palácio Piratini, repleto de bustos e placas lembrando políticos gaúchos, não haja sequer uma homenagem ao homem que foi, sem sombra de dúvida, o maior governador deste Estado. Um esquecimento injustificável que clama por reparação. Da mesma forma é inconcebível que a capital gaúcha, sede da Universidade criada por Flores da Cunha e herdeira de tantos legados dele, como o Parque Farroupilha, tenha dado seu nome apenas a uma ruazinha de dois quarteirões no distante bairro de Belém Novo”. José Antônio Flores da Cunha não só deve ser nome, na capital gaúcha, de logradouro público à sua altura. Precisa ter seu busto colocado na galeria de honra do Palácio Piratini, entre os grandes construtores do Rio Grande. Até porque, foi o único a implementar um projeto desenvolvimentista e autonomista para o Rio Grande do Sul.


quarta-feira, 13 de junho de 2012

EMENDA PODERÁ INCLUIR VERTICALIDADE NO PROJETO DO GOVERNO.


Emenda poderá incluir verticalidade no projeto do governo

Deputado Valdeci Oliveira(e) conversa com presidente da ABAMF
O presidente da ABAMF esteve na Assembleia Legislativa, na tarde de 13 de junho, buscando forma de contemplar a verticalidade no projeto ligado aos brigadianos. Leonel Lucas foi recebido pelos deputados Ronaldo Santini, líder do PTB, e pelo líder do governo Valdeci Oliveira(PT).
Santini garantiu que conversará com o governo para que a verticalidade seja contemplada, através de emenda, aos militares estaduais. Já, o líder do governo afirmou ao presidente da ABAMF que já mantém contato com o Executivo para que seja enviada emenda ao projeto original incluindo a verticalidade.

terça-feira, 12 de junho de 2012

PROJETO DE LEI NUMERO 141/2012 DOS POLICIAIS MILITARES.


Projeto de Lei nº 141 /2012
Poder Executivo
Dispõe sobre os soldos básicos de postos e graduações da
Brigada Militar e dá outras providências.
Art. 1° Os valores dos soldos básicos de postos e graduações da Brigada Militar, exceto os postos
de Capitão, Major, Tenente-Coronel e Coronel, são reajustados em 6% (seis por cento), a partir de 1º de
novembro de 2012.
Art. 2º Os soldos básicos dos postos e graduações da Brigada Militar, exceto os postos de Capitão,
Major, Tenente-Coronel e Coronel, ficam fixados nos valores e respectivas datas de vigência especificadas a
seguir:
POSTO / GRADUAÇÃO
Valores dos Soldos Básicos dos Postos e Graduações, em R$, a partir de:
1º de maio de
2013
1º de novembro
de 2013
1º de maio de
2014
1º de novembro
de 2014
SOLDADO PM - 2ª CLASSE (em extinção) 467,92 494,41 612,23 635,88
SOLDADO PM - 1ª CLASSE 548,08 579,10 717,11 744,80
CABO PM (em extinção) 574,18 606,68 745,79 774,60
3.º SARGENTO PM (em extinção) 652,47 689,41 831,84 863,97
2.º SARGENTO PM 730,77 772,14 917,90 953,35
1.º SARGENTO PM 782,97 827,29 975,26 1.012,93
ASPIRANTE A OFICIAL PM (em extinção) 884,17 934,22 1.019,15 1.058,52
SUB-TENENTE PM (em extinção) 884,17 934,22 1.019,15 1.058,52
2.º TENENTE PM 995,45 1.051,79 1.147,42 1.191,74
1.º TENENTE PM 1.070,06 1.130,63 1.233,42 1.281,06
Art. 3º A remuneração inicial dos postos e graduações da Brigada Militar de que trata esta Lei,
compreendendo o soldo básico fixado no art. 2º desta Lei, acrescido da Gratificação de Risco de Vida, passa
a ser estabelecida no Anexo único, mantendo-se inalterada a forma de cálculo das vantagens temporais e
demais parcelas que compõem a remuneração desses servidores.
Art. 4º As disposições desta Lei aplicam-se aos inativos, pensionistas respectivos e pensões
vitalícias.
Art. 5º As despesas decorrentes da aplicação desta Lei correrão à conta de dotações orçamentárias
próprias.
Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo seus efeitos a partir de 1º de
novembro de 2012.
ANEXO ÚNICO
85EF7228 12/06/2012 14:43:01 Página 1 de 2BRIGADA MILITAR
Remuneração Inicial
POSTO / GRADUAÇÃO
Valores das Remunerações Iniciais dos Postos e Graduações, em R$, a partir de:
1º de maio de
2013
1º de novembro
de 2013
1º de maio de
2014
1º de novembro de
2014
SOLDADO PM - 2ª CLASSE
(em extinção)
1.506,72 1.592,00 1.971,39 2.047,54
SOLDADO PM - 1ª CLASSE 1.764,81 1.864,71 2.309,08 2.398,27
CABO PM (em extinção) 1.848,85 1.953,50 2.401,44 2.494,20
3.º SARGENTO PM (em
extinção)
2.100,97 2.219,89 2.678,53 2.781,99
2.º SARGENTO PM 2.353,08 2.486,28 2.955,62 3.069,79
1.º SARGENTO PM 2.521,16 2.663,87 3.140,35 3.261,65
ASPIRANTE A OFICIAL PM
(em extinção)
2.847,02 3.008,18 3.281,67 3.408,43
SUB-TENENTE PM (em
extinção)
2.847,02 3.008,18 3.281,67 3.408,43
2.º TENENTE PM 3.205,34 3.386,77 3.694,69 3.837,40
1.º TENENTE PM 3.445,59 3.640,62 3.971,62 4.125,02
85EF7228 12/06/2012 1

sexta-feira, 8 de junho de 2012

SOCIÓLOGO MILITARISMO DA POLICIA É HERANÇA DO SECULO 19.


Sociólogo: militarismo da polícia é herança do século 19

LUIS KAWAGUTI Da BBC Brasil
A estrutura militarizada da Polícia Militar é uma herança do século 19, segundo o sociólogo Luís Flávio Sapori, ex-secretário da Defesa Social de Minas Gerais e hoje professor da PUC-MG. “Desde o final do século 19, as PMs eram efetivamente militares e participavam de revoltas internas, como a Revolução Constitucionalista de 1930″, disse.
Segundo ele, na medida em que a República se consolidava com autonomia das províncias e relativa falta de poder da União, os governos regionais organizavam das forças públicas, mais parecidas com exércitos do que com polícias. Essas unidades, segundo Sapori, eram usadas por governadores que disputavam o poder.
De acordo com o sociólogo, essa tendência militarista começou a diminuir a partir dos anos 1960, durante o regime militar, quando o poder era altamente centralizado. “Na prática, esses exércitos começaram a aprender a ser polícias nos últimos 40 anos”, disse. Porém, de acordo com ele, a cultura militar não é a explicação de abusos de poder.
“As PMs são muito diversas, têm trajetórias distintas. A realidade de São Paulo e do Rio não é a mesma de Minas Gerais ou do Rio Grande do Sul”, disse. “A dimensão de preparo para a guerra foi diminuindo na trajetória recente das PMs do Brasil. O preparo para o confronto com o inimigo perdeu espaço nas polícias brasileiras”, disse ele, mencionado também o desenvolvimento do conceito de polícia comunitária.
Violência
Para o advogado Eduardo Baker, da organização de direitos humanos Justiça Global, o fim da Polícia Militar não pode ser visto como a solução da violência ilegal cometida pela polícia. “O problema é a mentalidade que vê a violência como parte da atuação normal da polícia”, disse.
Segundo ele, a noção militarista de enxergar o criminoso como o “inimigo” não é particular à PM. Isso acontece em outras instituições, afetando inclusive parte da mídia. Para ele, o abuso da violência na polícia só diminuirá quando for efetivamente condenado e punido pelas entidades da sociedade.
Unificação
Para o deputado Chico Lopes (PC do B-CE) a solução para diminuir a letalidade da PM é a unificação das polícias.
A nova instituição civil teria um código de conduta e um curso de formação único e patamares de salários unificados. Segundo Sapori, a unificação das instituições foi tentada entre 2003 e 2007 em Minas Gerais, período em que ele participou do governo.
Como os níveis salariais já eram semelhantes entre policiais civis e militares, a maior dificuldade foi o choque cultural das instituições. “O maior problema é a resistência que cada uma tem de se aproximar e ser ‘contaminada’ pela outra. Principalmente do lado da PM, que via a Polícia Civil como instituição sem disciplina e afetada pela corrupção”, disse.
Entre avanços que foram obtidos, segundo ele, estão a integração de alguns cursos de preparação e a adoção de colegiados para o trabalho de corregedoria, elaboração de estudos e planejamento de operações conjuntas.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

PARA ESPECIALISTAS, FIM DA PM NÃO GARANTIRIA MENOS VIOLÊNCIA.


Para especialistas, fim da PM não garantiria menos violência

Relatório da ONU pede que Brasil garanta que todos os crimes cometidos por agentes da lei sejam investigados de maneira independente | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Rachel Duarte
A recomendação do relatório do Conselho de Direitos Humanos da ONU, divulgado nesta quarta-feira (30), pedindo o fim das polícias militares no Brasil foi considerada superficial por especialistas e profissionais da segurança pública brasileira. A sugestão foi dada pela Dinamarca, cobrando a redução nas execuções feitas pelo Estado brasileiro. Porém, entendidos na área consideram que esta medida não resolveria o problema da prática policial que reflete altos índices de letalidade, corrupção e violação dos direitos humanos no Brasil.
O relatório da ONU ressalta que o Brasil precisa garantir que todos os crimes cometidos por agentes da lei sejam investigados de maneira independente, a fim de combater a impunidade dos crimes que calam juízes e ativistas de direitos humanos. Neste aspecto, o secretário-geral do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, concorda com a entidade internacional. “Sou contra a Justiça Militar, mas não defendo o fim de toda a instituição. O que tem que acabar, para evitar a impunidade dos casos de violação dos direitos humanos cometidos por alguns policiais, é a Justiça Militar. Porém, defender o fim da Polícia Militar empobrece o debate da segurança e isenta as responsabilidades do Ministério Público e da Polícia Civil”, acredita.
Sociólogo paulista Renato Lima defende que pedir apenas extinção da Polícia Militar é “leitura superficial” do problema | Foto: Divulgação
Conforme Lima, não é cabível alimentar o debate sobre o modelo ideal de segurança no Brasil com foco apenas na extinção da polícia fardada. “É uma leitura superficial do problema. Precisamos pensar uma reforma do modelo de segurança. Precisamos discutir o que o Brasil precisa partindo da reflexão sobre como organizar o tipo de polícia que queremos. Temos ruídos entre a Polícia Militar e a Polícia Civil, mas o problema não está em apenas uma das instituições”, exemplifica.
Consultor gaúcho em Segurança Pública e Direitos Humanos, Marcos Rolim também concorda com a necessidade de uma reforma da segurança pública, sem o fim da Polícia Militar, como solução para os problemas do Brasil. “Polícia militar existe na Espanha, na Alemanha, no Chile. O desafio é reformar a polícia brasileira, que tem o ciclo dividido. Aqui é o único lugar do mundo em que se divide patrulhamento e investigação em duas polícias. É um modelo esquizofrênico o adotado no Brasil, em que a Polícia Militar faz metade do trabalho e a Polícia Civil faz a outra”, defende.
Por outro lado, o desafio da reforma das polícias no Brasil, apesar de estar evidente aos olhos dos gestores e políticos, não está sendo enfrentado, defende Rolim. “É necessário alterar a Constituição Federal. O tema está posto em debate há tempo e é decisivo para mudarmos o modelo da segurança”, fala.
“Recomendação da ONU parte do horror com a letalidade”, diz Rolim
Os flagrantes e denúncias de casos de abuso da força policial no Brasil estão cada vez mais expostos. Porém, as formas de enfrentar o problema estão associadas a uma mudança estrutural mais profunda, acredita o sociólogo Renato Sérgio de Lima. “São práticas abomináveis, mas não podemos culpabilizar uma única instituição. Devemos ter uma reforma mais substantiva para mudar esta realidade, que envolva a redução da letalidade, a eficiência nas investigações, a corrupção policial e garanta a preservação dos direitos. Temos que acabar com os abusos combatendo a fragilidade do sistema de segurança como um todo”, explica.
“Ideia de que a Polícia Civil é mais eficiente ou democrática nem sempre é verdadeira”, argumenta Marcos Rolim | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
O gaúcho Marcos Rolim acredita que as truculências policiais e os índices de pessoas mortas pelos homens de farda no Brasil repercutem internacionalmente devido ao contraste no modelo de segurança brasileiro em relação às outras nações. “As democracias mais consolidadas no mundo têm um padrão muito mais civilizado e o tratamento da polícia brasileira acaba causando espanto. A letalidade policial é grande no Brasil. A recomendação da ONU parte deste horror com a letalidade”, afirma.
De acordo com Rolim, no Rio Grande do Sul o maior problema são os abusos da força e de autoridade pela Brigada Militar. “O quadro se agravou no último período e sem uma resposta eficiente do Estado”, critica. Ele acredita que a atuação no policiamento ostensivo torna a Polícia Militar mais exposta a situações em que podem ocorrer abusos. “É uma polícia maior e que aborda pessoas todos os dias na rua. Mas a ideia de que a Polícia Civil é mais eficiente ou democrática nem sempre é verdadeira. Há relatos de torturas nas investigações da Polícia Civil. O abuso não tem a ver com o tipo da polícia e sim com a forma com que as instituições se organizam e fazem o trabalho”, defende.
Lucas
“Temos que aprender a ser mais humanos e não a bater continência”, diz policial militar
Embora contrário à extinção da Polícia Militar, Leonel Lucas admite que é necessário mudar a formação de policiais no país | Foto: Abamf
O presidente da Associação Beneficente Antonio Mendes Filho (ABAMF), que representa os soldados da Brigada Militar gaúcha, Leonel Lucas sustenta que a formação dos policiais militares no Brasil é defasada e reproduz uma metodologia conservadora. “Temos que mudar nossa metodologia, não acabar com a instituição. Quem fará o trabalho que fazemos? Se acabar com a Polícia Militar, outros agentes de segurança serão ensinados na mesma metodologia. Eu acredito que é melhor incorporar as sugestões da ONU na nossa prática”, diz. E complementa: “Nossos ensinamentos são ultrapassados. A função da polícia é lidar com pessoas, abordar pessoas. Para fazer isso temos que investir no ensino dos policiais e nas instruções para respeitar os direitos humanos e não passar o dia marchando, batendo continência e limpando os coturnos”, acusa.
Segundo o policial militar, o incentivo à formação e a reformulação das academias de polícia seria, ao invés do fim, um bom recomeço para as instituições militares. “Temos que receber incentivo ao estudo. Fazer o terceiro grau. Os cursos de sargento no Rio Grande do Sul tem práticas de serviços gerais, como abrir buracos, carregar madeira e fazer faxina. O que isso vai auxiliar para prestarmos um bom serviço para a comunidade?”, indaga.
Já o presidente da Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar, Aparício Costa Santellano acredita que os casos de abuso são isolados e não uma prática comum da corporação. “Não podemos generalizar e achar que isso é a metodologia ensinada. Não é rotina e não compactuamos com atuação de servidores neste sentido”, argumenta. Ele acredita que para melhorar a segurança pública no Brasil o necessário é aumentar os investimentos dos governos na área. “Não se faz segurança pública sem grandes investimentos. É caro. A sociedade tem que ter esta compreensão e cobrar para que isso aconteça”, salientou.

MANIFESTANTES PROTESTAM A FAVOR DA PEC 300 NA PORTA DO SBT PARA CHAMAR A ATENÇÃO DE LULA.


Manifestantes protestam a favor da PEC 300 na porta do SBT para chamar a atenção de Lula

SÃO PAULO – Um pequeno grupo de manifestantes faz concentração entrada do SBT, emissora situada em Osasco, para chamar a atenção da proposta…
SÃO PAULO –  Um pequeno grupo de manifestantes faz concentração entrada do SBT, emissora situada em Osasco, para chamar a atenção da proposta de Emenda à Constituição de número 300 junto ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, que participa nesta noite do “Programa do Ratinho”
A PEC 300 é uma reivindicação de militares reformados, da Polícia Militar  e do Corpo de Bombeiros, e de Policiais Civis que pedem que nenhum profissional dessas áreas seja remunerado com piso menor do que o ganho pelos policiais militares e civis da capital federal, Brasília, onde o valor pago é o maior piso da categoria no Brasil, com salário inicial de R$ 6.900,00.
“Fomos escravizados pelo PSDB e traídos pelo PT”, diz um trecho de uma das faixas da manifestação.
“O Lula chegou a conversar com agente sobre essa PEC, mas essa terrorista não”, afirma Clóvis de Oliveira, 71, autor da PEC 300, em referência a presidente Dilma Rousseff que na época da Ditadura Militar (1964-1985), foi militante da esquerda com atuação em movimentos guerrilheiros.  Aos militares da época, quem fazia este tipo de ação era considerado terrorista.
“Antes do segundo turno das últimas eleições nos foi garantido que a PEC 300 seria aprovada, mas depois a presidente não se reuniu conosco e não aprovou a proposta. Fomos traídos”, diz Oliveira.
O Ministro da Fazenda, Guido Mantega disse que este reajuste iria onerar a União em R$ 47 bilhões. “Isso é mentira. Eu fiz a proposta e serão R$ 12 bilhões, que em muita parte voltará para o próprio Estado por meio de impostos”, contra argumenta Oliveira, subtenente reformada da Polícia Militar.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

CONSELHO DA ONU SUGERE FIM DA POLICIA MILITAR NO VRASIL


Conselho da ONU sugere fim de Polícia Militar no Brasil
   

  


Abolir a Polícia Militar, acusada de execuções sumárias e de violações. A recomendação foi apresentada pela Dinamarca e faz parte das sugestões apresentadas pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU ao Brasil, no marco da sabatina realizada sobre a situação dos direitos humanos no Brasil, na semana passada. Nesta terça-feira, 30, nas conclusões dos trabalhos, a sugestão de acabar com a força policial foi incluída no texto.

No total, a sabatina do Brasil resultou em 170 recomendações ao País sobre como superar as violações de direitos humanos, numa clara demonstração de que, apesar de certos avanços, a situação social, econômica e de igualdade ainda é preocupante.

Mas o governo preferiu não dizer ontem quais das 170 recomendações aceitará aplicar - um direito que tem - e pediu até setembro para que se estude cada uma das sugestões. A delegação brasileira na sabatina, porém, foi uma das mais numerosas que a ONU já recebeu neste ano, com 36 integrantes. Em 2012, só a sabatina do Bahrein, país que vive momentos de turbulência, contou com uma delegação maior para se defender. Para a entidade Conectas, a parte mais dificil será a implementação de todas as recomendações.

Um dos principais pilares das recomendações no Conselho focou na questão policial e da impunidade. Para o governo da Dinamarca, seria recomendável "abolir o sistema separado de Polícia Militar, aplicando medidas mais eficientes para reduzir a incidência de execuções extra-judiciais".

Governos não hesitaram em denunciar os "esquadrões da morte" no Brasil, como no caso da Coreia do Sul e do Vaticano. Enquanto a Austrália sugeriu que o projeto de UPP seja usado em outros estados do Brasil, a Espanha pediu para que a educação em direitos humanos seja parte das forças de segurança.

Para quase uma dezena de países, entre eles a Alemanha, chegou o momento de o Brasil garantir que crimes cometidos por políciais e outros agentes de segurança sejam devidamente investigados e que o combate à impunidade seja alvo de uma campanha. A situação penitenciária também foi alvo de recomendações, principalmente a situação vivida por mulheres. No documento apresentado ontem, o Conselho sugere que o Brasil "reforme seu sistema penitenciário". Entre os que apelam para uma melhoria das prisões está o Vaticano.

Verdade. Outro tema destacado foi a criação da Comissão da Verdade, para investigar os crimes durante a ditadura. Argentina e Paraguai incluíram no texto um apelo para que o Brasil amplie seus esforços para "garantir o direito à verdade para as vitimas". Já a França foi além e recomendou que a comissão seja dotada de "recursos necessários" para reconhecer o direitos das vítimas à Justiça.

As recomendações incluem até mesmo um pedido de garantias por parte do Canadá de que as obras para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 não resulte em deslocamentos massivos de pessoas. "Os residentes de zonas afetadas devem ter informação plena sobre as propostas que os afetam", recomenda o texto, que ainda pede negociações com as comunidades implicadas e compensações financeiras.

terça-feira, 29 de maio de 2012

PESQUISA REVELA; MILITARES INDIVIDADOS.


Pesquisa revela: MILITARES MUITO INDIVIDADOS

PESQUISA REALIZADA PELO SITE SociedadeMilitar.com – ATIVA E RESERVA - PRINCIPAIS DADOS OBTIDOSPopulação considerada – Aprox. 288.000 Ativa e 290.000 Reserva e reformados
Amostras:
Ativa – 0,125% da população./ Reserva/reformados – 0,04% da população (0,0395%)
Obs. 1) As amostras, além de conter participantes de todas as forças em praticamente todos os estados da federação, representam, no caso dos militares da ativa, aproximadamente 0,12% da população total (de Aprox.288.000), um número bem expressivo. Para comparação, em São Paulo, onde a população de eleitores beira os 28.000.000, normalmente o IBOPE entrevista de 1000 a 1500 pessoas, somente cerca de 0,005% da população estudada. Para uma amostra similar a da revista elet. Sociedade Militar o IBOPE teria que entrevistar mais de 30.000 pessoas.
2) Dado o bom nível da amostra podemos acreditar que as conclusões refletem bem e com pouca margem de erro a situação da população em foco.
QUESITO APRESENTADODADOS OBTIDOS
Escolaridade30% dos entrevistados da reserva/ref. possuem nível superior.39,6% dos entrevistados da ativa possuem nível superior.
30% das praças possuem nível superior.
Militares da ATIVA e a Casa própria57,14% não possuem casa própria.
Militares da RES./REFORMADOS e a casa própria69% Declararam que não possuem casa própria.
Militares próximos da aposentadoria e a casa própria50,5% dos militares entrevistados que tem mais de 20 anos de serviço ainda não possuem casa própria.
Principal dívida militares da ATIVA60% têm como principal dívida empréstimo(s) para quitar dívidas anteriores.
Principal dívida militares da RESERVA E REFORMADOS73% dos militares da RESERVA OU REFORMADOS têm como principal dívida empréstimo(s) para quitar dívidas anteriores.
Condição de saldar suas dívidas mensais. (Militares da ATIVA)20,44% dos entrevistados têm condição de quitar normalmente suas dívidas mensais.73% declararam que mensalmente deixam de quitar alguma conta.
Condição de saldar suas dívidas mensais. (Militares. RES e REF.)16% declararam que sempre têm condição de quitar normalmente suas dívidas mensais.Mais de 80% normalmente não tem condições de quitar suas dívidas mensais.
Comprometimento da atividade militar por conta de problemas sociais, econom. e psicológicos decorrentes da condição financeira81,2% dos entrevistados acham que acontece sempre ou eventualmente.66,8% declararam que acontece sempre.
2,5% acham pouco provável ou que nunca acontece.
Comprometimento de renda mensal do pessoal da ativa45,6% dos militares da ATIVA têm dívidas com emp. consignado e/ou cheque especial que ultrapassam 50% da renda mensal.
Comprometimento de renda mensal do pessoal da reserva e reformados.58,2% dos militares da RESERVA OU REFORMADOS têm dívidas com emp. consignado e/ou cheque especial que ultrapassam 50% da renda mensal.
Tempo de serviço2,2% dos entrevistados têm menos de 5 anos de serviço ativo.46% dos entrevistados têm até 15 anos de serviço ativo.
46,6% dos entrevistados têm de 20 a 30 anos de serviço ativo.
Comentários
a)  73% dos entrevistados da ATIVA e 77% da reserva/ref. deixam mensalmente de quitar pelo menos uma conta - Em pesquisa recente, divulgada pela Fecomercio-RJ recebemos a informação que a parcela de famílias residentes na Região Metropolitana do Rio de Janeiro com alguma conta fixa em atraso em janeiro ficou em 14,8%. Outra organização, a CNC (Confederação Nacional do Comercio de bens, serviços e turismo), apurou que em fevereiro de 2012 a parcela de consumidores com contas em atraso foi de 20,5%. Diante desses números percebe-se claramente que a percentagem de 75% de entrevistados deixando de quitar pelo menos uma conta é um número que destoa. Certamente fruto da perda contínua de poder aquisitivo da categoria em análise. Vide artigo http://montedo.blogspot.com/2012/03/sobre-remuneracao-dos-militares.html.
b) 45,6% dos entrevistados da ATIVA devem no cheque especial e/ou empréstimo consignado mais de 50% de seus pagamentos – A CNC divulgou dados em fevereiro de 2012 informando que o percentual médio de comprometimento de salário do brasileiro foi de 29,9%. Levando-se em consideração ainda que a CNC considerou em sua pesquisa o endividamento com Cheque pré-datado, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimos pessoal, prestações de carro e seguros mais uma vez percebe-se que a sociedade aqui estudada se encontra em situação economicamente bem pior já que consideramos somente cheque especial e consignado.
c) 60% dos entrevistados da ATIVA e 73% da res./ref. responderam que sua principal dívida é um empréstimo (s) para quitar dívidas anteriores acumuladas. Esse dado é dos mais preocupantes, diante da perda de poder aquisitivo a família militar tenta se recompor apelando para empréstimos, dívidas atrasadas com escola, casa própria e saúde são quitadas geralmente com empréstimos consignados, na esperança de que em um futuro próximo ocorra um reajuste salarial.
d)Mais da metade dos militares da reserva e reformados (69%)Declararam na pesquisa que não possuem casa própria.
e) Observa-se que a defasagem salarial parece ter alcançado primeiro e com mais força os militares da reserva e reformados.
Mais informações por meio do email socmilitar@gmail.comou rasrio@yahoo.com.br
Agradecimentos aos Sites: montedo.blogspot.com, militar.com.br, aperoladomamore.net e militaresunidos.blogspot.com 


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